Tenho escrito pouco, ainda sinto "constrangimento" em falar de mim.
Afinal diariamente leio uma série de blogs que gosto e apesar disso a coragem vai faltando para a par desses, também o meu ter algo a mostrar aos outros.
Não sinto que tenha uma vida tão interessante assim mas por enquanto vou escrevendo aquilo que me aborrece, sobretudo isso, no dia-a-dia.
Deste modo os últimos dias tem sido uma correria. O marido mais uma vez adoeceu porque ele padece de doença crónica com muitas e muitas recaídas. Ao longo dos anos tenho estado sempre presente ora a incentivá-lo, ora a procurar os melhores especialistas para o ajudar a minimizar os efeitos, enfim não há tréguas.
Esta semana que passou foi mais uma dessas em que quando a crise passou eu parei e fiquei tão mas tão cansada que aos meus olhos a vida passa, passa e eu não dou conta.
Não quero ser vítima nem pretendo ser interpretada como tal, mas preciso tanto de falar, desabafar e neste momento não tenho ninguém para o fazer. Fui perdendo a confiança nas pessoas e afastei-me. Vou gerindo os sentimentos à minha maneira e por isso noto que ando bastante cinzenta por dentro.
Resumindo, eu casei e passados poucos meses é detectada ao marido uma doença muito grave que como digo e apesar de já terem passados alguns anos, continua presente. Sei que ele sofre bastante com isso, nem duvido de tal, mas ao mesmo tempo eu precisava também um pouco de apoio. Ele é a maior vítima mas eu também sou porque tenho de gerir tudo, a casa, o filho, o dinheiro, tudo, tudo e mais tudo. Não consigo ter tempo, diga-se.
Também com o passar dos anos desliguei-me um pouco porque eu sempre tive consciencia que fazia o melhor por ele e mesmo assim fui e sou tão mal tratada que não sei como tenho conseguido levar isto em diante.
Desde os sogros com insinuações parvas que mereciam que nem sequer lhes olhasse para a cara, o próprio marido que nos seus momentos melhores não é capaz de me valorizar e na primeira oportunidade insulta e trata mal, desde dizer que lhe meto nojo entre outras.
Como disse esta semana foi de loucos e ele quando se sentiu melhor já veio com más palavras. ESTOU FARTA.
Talvez eu ainda não tenha percebido o que é o amor, porque com este tipo de vida é dificil ter tempo para pensar no que quer que seja. Talvez um dia eu vou colocar um ponto final muito grande em tudo isto.
Apesar da doença que o aflige, ele tem momentos em que está muito bem e nessas alturas devia aproveitar para cimentar o que temos, mas não, é demasiado crítico, muito influenciado pelos pais, chegando a ser uma pessoa horrível.
Resumindo não fomos em nada feitos um para o outro e digo isto não porque esteja cansada mas sim porque vou percebendo que o nosso modo de estar em todos os aspectos da vida é muito diferente.
Um dia isto vai melhorar certamente, eu sou muito positiva apesar de tudo e sei que vou conseguir ultrapassar e ir em frente e sobretudo ser feliz.